Desde 1990 eu
criei um hábito de carregar um caderno de anotações para tudo: ideias, listas de
coisas que aprendi e queria aprender, rascunhos de projetos e até pequenos
desenhos nas margens. Quando ele terminava, eu começava outro. Era um
repositório analógico da minha mente.
"Hoje, três
décadas depois, a Inteligência Artificial (IA) deu um empurrão gigantesco à
minha vontade de explorar, criar e reinventar ideias de forma rápida e
expansiva. Mas descobri na prática que, se o prompt (a pergunta) não for
bom, a resposta será limitada.
Decidi manter um
pé no analógico e outro no digital e o mais engraçado é ler as futurices
nos cadernos.
E isso não vale
só para tecnologia, mas também para o trabalho, para metodologias renovadas (ou
'de roupa nova', como gosto de pensar) e, claro, adaptadas à linguagem do nosso
tempo."
Sonhava com notes
de telas sensíveis ao toque. Em 2012 comprei um assim e foi top trabalhar com
ele.
Um dia comentei com
uma profissional que queria olhar pra tela, projetar meu esquema mental e
trabalhar os conceitos e práticas a partir dela sem precisar tocar um tablet ou
outra superfície e só abrir, fechar e expandir as informações até chegar num
plano de trabalho. Ela só olhou pra mim e disse: Faça isso!!!
E, recentemente
consultando a IA descobri que o Ray-Ban Meta já tem câmera e assistente de IA.
O próximo passo? Espero
que sejam óculos que projetam telas no ar e deixam você "pegar" ícones
com os dedos – sem precisar de superfícies.
O que meu caderno
de 2020 diria sobre isso? Provavelmente que sou afobada demais.
Se em 1990 eu
rabiscava previsões à luz de velas (brincadeira… era luz elétrica, mas a
vibe era steampunk), meus cadernos de 2023-2025 são explosões de
cores, setas e notas marginais tipo:
- "Isso não existe ainda, mas vai
existir."
- "Continua na próxima página…"
- "Tá, e se eu colocar meu cérebro no modo
carbono zero? (vire a página)"
E o melhor? Se eu abrir os cadernos de 1990, 2005, 2015 e agora este, dá para ver uma linha do tempo da minha mente tentando adivinhar o futuro – e rir (ou arrepiar) com o que acertou ou errou feio.
Por que meus
cadernos desde 2020 até hoje ainda são essenciais tanto quanto a IA tem sido?
1. O caderno
liberta e a IA organiza
A criatividade
precisa de um lugar sem regras e o caos alegre de um rabisco feito no meio do
dia parecendo não ter nexo com nada com cores que não combinam, temas e textos
que só eu sei porque estão nessa ordem, símbolos inexplicáveis e rodapés
dramáticos não tem preço.
- No de 1990:
- "Um dia vou ter um notebook e a internet
não vai chiar pra conectar." ✅
Acerto!
- "Telefone com tela touch? Duvido." ❌
Erro épico!
No de 2015: - "IA vai ajudar a escrever livros." 😲
Olá, ChatGPT!
O rodapé
"virar a página" é meu código para:
- "Aqui acaba o surto atual."
- "O próximo capítulo será pior."
- "Se eu não concluí, a IA que termine." (Brincadeira…
ou não.)
Se um dia
publicar "As Previsões Mais Engraçadas dos Meus Cadernos",
terá capítulos como:
- "Quando meu otimismo tecnológico foi tão
ingênuo que virou poesia."
- "Previsões que me fizeram rir (e chorar) 20
anos depois."
E a IA? Ajuda
a executar, mas o sonho ainda começa com um "E se…" rabiscado
na margem.