OS INFLUENCIADORES E O UNIVERSO DAS OPINIÕES



Já parou para pensar o efeito de um influenciador chamado
“você mesmo e suas crenças” na sua evolução?

Recebemos um volume incalculável de informações que influenciam nosso modo de ver a vida, dependendo do que temos em nosso repertório mental.

Uma de minhas irmãs às vezes falava sobre pessoas que buscam e cultivam “escravos mentais” que chamam de amigos, mas nada mais são do que súditos que são bem-vindos quando aplaudem seu ego. E eu nunca achava que seria possível, já que cada um tem sua própria capacidade de pensar. Com o tempo fui observando comportamentos e percebendo que isso é possível sim. Aquilo me deixava muito intrigada.

A maior parte dos problemas de comunicação está mais na própria percepção e na expectativa do que é comunicado, do que sobre o conteúdo da comunicação em sí.

O que mais impede uma boa troca de aprendizados de prosseguir é o uso indevido do feedback, que muita gente confunde “opinião sincera” com “falta de tato e grosseria” em nome da “honestidade de opinião”.

Resolvi criar o MODO EPA (#modoEPA), de visualizar cenários: Envolva-se – Perceba – Agilize para refletir, apurar a percepção e movimentar as melhorias nas relações. Como funciona? Vamos praticar.

Praticando o #modoEPA:

Dificilmente ficaremos fora de nos envolvermos já que somos “seres gregários”, ou seja, vivemos em socialização constante. Entretanto buscar conhecimento para apurar nossas percepções é uma questão de respeito a nós mesmos e aos nossos conviventes. E agilizar nossa conduta significa traduzir tudo isso em nossas relações cotidianas. Simples? Não é mesmo. Mas é desafiador.

Vamos a alguns olhares que fui interpretando com o tempo:

 1. O Feeedback aponta comportamentos que estimulam comportamentos que precisam ser revelados e tratados de forma positiva, ou seja, quando ambos se beneficiam do momento e que se ajudam a “resolver” para prosseguir crescendo e evoluindo “juntos”.

  2. No caso das Críticas, que alguns insistem em chamar de construtivas, já começo me perguntando se críticas são realmente construtivas. Até agora ouvi muitas críticas “construtivas” sobre pessoas e não sobre comportamentos. Dependendo de como são construídas, me parecem “opiniões pessoais sobre pessoas” que podem provocar sentimentos diversos.

Como interpretar essa fala? - Você é um “pavão mesmo”. Sempre que pode, tenta aparecer.

E essa outra fala: Você é muito desorganizado. Não dá pra trabalhar assim! (feedback ou opinião pessoal sem o menor cuidado de como o outro vai receber e processar essa fala?)

3.Um terceiro padrão pode ser incorporado aqui, aquele que não fala para você mas fala de você aos outros, conhecida como “fofoca”. Aqui sim, o volume de intenções veladas cresce assustadoramente e pode estar disfarçado de preocupação pelos outros ou simples bate-papo, e não são. E tudo isso em uma conversa que aparentemente começa positiva e logo cai na condição anterior, a “crítica” sem a presença do alvo.

Mas enfim, “feedback”, “crítica” ou “fofoca” dão pano pra manga! Um outro dia falamos mais sobre isso.

Nos três casos acima, lembre-se de limpar a mente, ficar atento a intenção, alvo e contexto. Valide suas percepções e comece a perguntar ao outro como chegou à aquelas informações e conclusões. O resultado é no mínimo intrigante e você vai poder medir a consistência da fala do outro e suas reais intenções.

Imagine a cena: A pessoa foi questionada e contrariada com relação ao que pensava ser uma certeza intocável.

Primeiro o bichinho influenciador faz a pessoa ficar indignada e a “voz interior” dela, que é seu influenciador número um diz assim: Não aceita isso não! Quem o outro pensa que é? Com quem acha que está falando? Sou autoridade no tema. E por ai vai!

E não contente com a situação, a pessoa ainda corre para relatar suas indignações aos mais próximos na busca de adeptos, apoiadores e cúmplices, que se, por sua vez, estiverem chateados com outras coisas, acolhem mais essa indignação e quando acordam, perderam boa parte se seu futuro com essas indignações não processadas. Aqui acontece aquele momento em que se você não se questionar e ligar a percepção ativa, vira fofoca, já que o alvo não está presente e o contexto tem lacunas de informação.

Hoje podemos ver nos convívios, nas redes sociais, nos grupos virtuais vários tipos de movimentos e o que mais tem se destacado é o grupo formado por HATERS que passei a chamar de “alimentadores de cegueiras de aprendizados e de evolução”. Normalmente são pessoas muito inteligentes, sutis, trabalham muito bem na argumentação contrária e são verdadeiros “esgrimadores mentais ansiosos pelo touché”, que aos poucos colocam pitadas de descredito nas ações, intenções e movimentos de qualquer “opositor”, especialmente daqueles que atrapalham seus planos grandiosos.

E esses influenciadores que mais confundem e provocam indignações estão aos quilos até mesmo do nosso lado.

Já validou a participação dos influenciadores que você tem por perto no seu crescimento?

Contextos não representam o mundo. Pitadas sutis precisam ser identificadas, desvendadas e formadoras de percepções mais apuradas e melhores.

O instante de nossa reação a um simples estímulo pode fazer uma diferença gigantesca na “plantação de futuro” que estamos fazendo agora.

Exemplos de declarações, no mínimo curiosas que contam muito sobre comportamentos.

·Brasileiro é assim mesmo! EPA, de onde você é? Japonês, italiano, argentino, etc.... Se não for de outra nacionalidade, fique atento porque você faz parte desse grupo do “Brasileiro é assim mesmo”.

· A pessoa vai morar em outro Estado porque achou uma oportunidade que não teria no seu Estado natal e começa a colocar defeito na terra que a recebeu e empregou, e o tempo todo fala que na terra dela é melhor. EPA de novo!. Ou volta pra casa, ou se propõe a conhecer melhor a terra que acolhe enquanto estiver nela.

Em mais uma de minhas leituras exóticas, encontrei um livro chamado: A Verdade dá Lucro, de Bruce Bodaken e Robert Fritz, lançado em 2007, com prefácio de um de meus autores preferidos, Peter Senge. Ele aponta para o cuidado ao lidar com o comércio de opiniões e excluir deliberadamente o que não compreendemos ao invés de buscar seu significado e aprender com elas, ou seja, praticar o exercício necessário de manter a disposição de olhar e lidar com fatos difíceis. O que também me chamou atenção foi como a manipulação pode assumir muitas formas, das mais doces às mais afetadas e prejudiciais.

Se o foco não converge, o alinhamento não acontece, pode ser que a manipulação tenha efeitos favoráveis no curto prazo, mas no longo prazo tem efeito bumerangue e pode levar todos ao “desaprender”.

Faço questão de trazer para cá alguns trechos desse livro que considero relevantes:

“Não é possível baixar um decreto obrigando as pessoas a superarem seus pontos cegos culturais.”.....

“Precisamos aprender a dizer a verdade uns aos outros, o que não significa discursar sobre nossas opiniões nem compartilhar nossos sentimentos. Muitos dos gerentes que resistiram nas últimas décadas sabem o que é participar de reuniões em grupos em que as pessoas se insultam durante horas em nome da “honestidade”.

Porque ficar atento ao que “precisa ser feito”? “Os desvios de tarefas acumulam-se e, mais dia menos dia, ocorre uma explosão por coisa pouca, um pequeno engano, um mal-entendido inocente, pelo mesmo comportamento que vinha sendo tolerado há muito tempo”.

Em Decifrar Pessoas, dos autores Jo-Ellan Dimitrius e Mark Mazzarella, uma parte em especial me despertou aquela curiosa sensação de auto-análise: Você obtém aquilo que vê.

Aí vem a famosa pergunta: O que eu vejo? De onde vem esse olhar? Qual meu repertório pessoal?

Aqui o olhar se volta para valores e prioridades. As escolhas refletem os valores que cada pessoa tem. As palavras direcionam para o que se quer que acredite, mas o comportamento aponta para quais valores a pessoa realmente tem.

Uma conversa pode ser representada num pequeno aceno de longe ou em uma conversa breve. O modo com que as pessoas tratam os outros revela um pouco da personalidade dela a cada interação.

Mas antes de formar opinião, considere a seguinte pergunta: Sua segunda chance já está em que numero? Sexta, sétima ou décima chance?

Aqui cabe um cuidado relevante, segundo os autores: muitas pessoas agem movidas por desejo, valores e necessidade, ou agem movidas por medo, raiva, falta de informação ou sob pressão.

Equívocos acontecem, mas quando uma pessoa faz isso repetidamente sem apurar o porquê desse comportamento, está fazendo escolhas conscientes que refletem um comportamento futuro. Não é coincidência quando esse comportamento se repete.

Atualmente a pandemia nos levou ao mundo virtual com reuniões online e nem sempre vemos os rostos, ocultados por câmeras fechadas, mas a respiração, a escolha de palavras e a fala ainda mostram pistas de humores e prováveis comportamentos.

Cabe aqui concluir que, precisamos ouvir mais, buscar saber melhor sobre o que o outro quer realmente nos contar e encontrar melhores caminhos de conexões com influenciadores que nos inspirem a sermos melhores.

Me sinto leve a cada texto construído por rever minhas visões e aprender a me olhar mais profundamente. Casca por casca vamos buscando nosso melhor!

Fique bem!!!

Até o próximo POST!!!
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