Um dia desses em uma reunião online, via no reflexo nas lentes dos óculos de um colega um volume enorme de flashes emitidos pela tela dele porque estava freneticamente pesquisando outras coisas na internet e não se mostrava presente nas interações. A parte mais interessante foi o time responder pra ele o que era mesmo para fazer.
Não estamos isentos de ter um momento desses e ando me perguntando se não estamos vendendo indisponibilidade ao invés de resultados com mais frequência do que pensamos.
Teoricamente deveríamos organizar nosso tempo e aceitar coisas que sabemos que vamos cumprir e, de preferência alinhar com o(a) dono(a) do pedido as premissas tais como: objetivo, resultado esperado e tempo para acontecer (mais conhecido como prazo).
Tive uma instrutora bem incisiva que, em um dos eventos disse claramente: “não diga que não deu tempo”, diga que você não priorizou o que “era para ser feito”. Aquilo foi como um soco no estômago de todos e, de “lá para cá” o desafio é continuar focado e fazer caber o que prometemos ou prometer o que cabe.
O cotidiano apressado é danado para tirar nosso foco do que planejamos. Por isso que, às vezes, construir nossa VISÃO DE FUTURO é um desafio diante de tantas "distrações do agora".
Seguindo a rota de aprendizados de minha mãe, que amava buscar a origem e a história das palavras e sempre orientava a buscar etimologias, encontrei mais do que significados. Nir Eyal escreveu um livro inspirador chamado indistraível e com ele já comecei e rever conceitos sobre a palavra distração. Transcrevo a seguir um trecho do livro dele que instiga treinar nosso olhar e pensamento:
TRAÇÃO E DISTRAÇÃO
“Imagine uma linha que representa
o valor de tudo o que você faz ao longo do dia. À direita, as ações são
positivas; à esquerda, eles são negativos. Do lado direito do continuum está a tração,
que vem do latim trahere, que significa “desenhar ou puxar”. Podemos
pensar em tração como as ações que nos atraem para o que queremos na vida. No
lado esquerdo está a distração, o oposto
da tração. Derivado do
mesmo latim raiz,
a palavra significa
"afastamento da mente". As distrações nos impedem de progredir em
direção à vida que imaginamos. Todos os comportamentos, quer tendam à tração ou
distração, são estimulados por gatilhos, internos ou externos.”
E Nir Eyal continua em seu livro:
“Quer seja estimulada por gatilhos internos ou externos, a ação resultante está alinhada
com nossa intenção
mais ampla (tração)
ou desalinhada (distração). A
tração nos ajuda a cumprir metas; distração nos leva para longe delas.”
Na interpretação da leitura, entendi que os gatilhos internos são conhecidos por comandos quando necessidades que vem de dentro nos chamam tais como fome, sono, frio, calor, etc.
Já os gatilhos externos estão nos alertas dos “plins” dos aparelhos, da tela que avisa que uma mensagem chegou, um e-mail chegou, um alerta de nova notícia ou atender uma ligação. Os gatilhos externos também estão em pessoas e objetos ao nosso alcance que nos levam a querer interagir.
Linha muito fina para transpor. Esteja presente, aproveite a conexão e aprenda o máximo que puder com esses momentos.
Então, tenho uma preocupação
gigante com “estar de fato presente e ativa”, e esse é meu desafio de agora.
Bem provavelmente alguém longe que enviou uma mensagem pode ficar chateada ou chateado pela "não resposta rápida", mas se não focar onde estou, comprometo ambos de uma vez só e minha
melhor pratica agora é estar presente de fato!
Até o próximo POST!!!