E SE O PROBLEMA NÃO FOR ESSE?

Experimentar é magico e transformador e uma das premissas mais impactantes da vida é questionar de forma produtiva e se perguntar sempre: E se o problema não for esse?

Essa pergunta passou a fazer parte de quem eu sou muito cedo. Desde criança tenho o costume de ter sempre uma caixinha de bugigangas com sobras de tecidos, fitas, botões, pedaços de coisas úteis, parafusos de todos os tamanhos e tudo que acredito que pode ser aproveitável. De tempo em tempo abria e ainda abro essa caixinha e monto coisas com o que juntei lá.

A sustentabilidade e a recontextualização já haviam me apresentado suas infindáveis vantagens e benefícios desde minha infância.

Atualmente isso é chamado de “criatividade”. Na minha infância era priorizar a grana da família porque as necessidades eram outras. Se não dava pra comprar, eu inventava meus brinquedos. Eles ficavam bem diferentes.

Os anos passaram, o trabalho com as consultorias de gestão de negócios se intensificou e minha caixinha de bugigangas ganhou a versão onboard no formato modelo de apensar”.

Apensar? Sim, isso mesmo”. No dicionário esta palavra significa anexar (uma coisa) a (outra); apender. E é exatamente isso que quero dizer.

Uma nova questão se apropriou do meu modelo de apensar:  E se você puder deslocar a centralidade ou a ancoragem de um contexto para outro patamar?

A centralidade mudou de coisas para "pessoas que queriam as coisas". E para saber o que elas queriam, precisava conhecer seus desejos. E aprendi que elas se chamam “partes interessadas”, e são o centro de qualquer projeto ou ação.

Aí veio a parte de me relacionar e as convivências me apontaram alguns tipos de “partes interessadas”. Desenhei uma espécie  de escala que ficou mais ou menos assim:

Nível 1. Partes “estressadas”: tem sempre um “É, MAS...” positivamente chamadas de “objeções” para todas as opiniões e propostas.

Nível 2. Partes nada interessadas: Sempre terão qualquer outra prioridade, mesmo que .......

Nível 3. Partes “meio” interessadas: Estão borboleteando em tudo, estão nos grupos mas não se manifestam, não opinam nem .......

Nível 4. Partes interessadas: Já se jogaram no propósito, um click adequado e passam para o próximo nível (nível 5).

Nível 5. Partes mais que interessadas: Assumem seu papel proativo, trazem contribuições e articulam ações em prol do Projeto e das partes interessadas.

A parte boa é que cada um desses níveis bem aproveitado apresenta excelentes perspectivas para todos os ângulos de um projeto porque teremos uma amostra de validação de como lidar com essas perspectivas em um ambiente mais amplo.

Se conseguimos filtrar as partes interessadas, podemos seguir para o problema que precisamos solucionar.

Sabe aquele momento em que você percebe que gastou dinheiro, tempo, pessoas, energia, paciência em um problema que não era bem aquele?

Acredito que o “problema maior” se instala quando não olhamos um pouco de fora e formamos outras possibilidades. 

Temos uma boa noção do quanto custa uma análise afobada de um problema e o mau uso das energias para encontrar soluções. E insistir nesse caminho aparece aos 45 minutos do segundo tempo quando bate o pânico de dar resultado e o esforço para parecer que deu certo é muito pesado.

O percurso de validação das escolhas ao longo da execução das ações é talvez o segundo maior em importância para que o resultado aconteça.

Primeiro cabe uma reflexão aprendida: A questão não é identificar o problema real e sim o problema melhor de resolver (Weddel-Wedellsborg, 2021).

Considerando o problema que você tem em mãos, qual a estratégia mais promissora?

Desacelerar para analisar o problema não é tão simples. A maior parte de nós aprende que agilizar é chegar na frente. Se acertarmos na identificação do problema, ótimo!. Se não, poderemos culpar a execução ruim.

Já começamos precisando desmontar crenças prévias para poder olhar o problema de outra forma,  questionar e desafiar suposições fixas.

Thomas Weddel-Wedellsborg desdobra com muita propriedade e leveza o quanto contextualizar e recontextualizar  nos coloca em outra instância de raciocínio e melhora sensivelmente nossa capacidade de entrega.

Recontextualizar, segundo Thomas, está em  “ver o que já está lá, mas repensar o que isso significa”.

Um tempo para refletir sobre isso é nossa primeira prática. Não se afobe, no próximo post teremos pinceladas do “Recontexto das Coisas”.

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