Porque depois da busca incessante por oportunidades de
crescimento, toda pessoa e toda empresa deveriam se perguntar: O que vem depois
do crescimento?
Sustentabilidade não é feita somente grandes projetos
individuais. Ela começa em pequenos movimentos que são expandidos e tem muitas
camadas que se “sustentam”, às quais influenciamos e somos influenciados.
E não é sobre ter dinheiro para fazer o que quer? É sobre manter
seu projeto forte o suficiente para ser renovável, reutilizável, reciclável,
redesenhável e ser consolidado quantas vezes for necessário, com relevância
para quem interessa, no caso o cliente, além de muitos outros interessados.
Vamos dar um passo atrás: Você sabe como e porque cresceu?
Li em um artigo que o sucesso tem
muitos pais, mas o fracasso é órfão. Na boa onda ele tem muitos pais, na maré
baixa, quando circunstâncias não claras acontecem, os que mais deveriam
aprender com isso somem da pista!
O que significa crescer?
Do latim
crescere - desenvolver progressivamente (etapas
próprias). Mas tem aquele momento que vem a pergunta: já cresci, e agora?
Opa,
agora é consolidar. Chegamos num patamar que não crescemos mais nem descrescemos
(acabei de inventar). Isso deve ser consolidar certo?
Hum, esse tema dá outra prosa!
Voltando ao CRESCER: E se temos um empreendimento que
emprega pessoas, desenvolveu uma arte própria com elementos da natureza para
produzir BIOJOIAS (acessórios desenvolvidos a partir de sementes, cascas, etc.),
já tem nome no mercado, exporta e tem grande visibilidade e está flutuando
entre crescer e consolidar. Essa mesma
empresa está começando a ter um problema externo porque aqueles espaços da
natureza de onde vem os elementos para produção das peças deixa de ser fornecedor porque foi
desaparecido por uma circunstância natural ou por obra do homem?
Aí é que está o cíclico expandido que não controlamos, mas somos influenciados diretamente. Não é sobre consolidar nosso negócio, é sobre alimentar todas as fontes que o sustentam e capilaridades que nutrem sua existência.
Tudo isso cai numa condição quase óbvia, mas pouco perceptível: Como
nos comportamos enquanto pessoas nesse contexto da sustentabilidade?
Entendo que temos um grande ciclo Interno a preservar para que o
grande ciclo se beneficie e uma parte desse ciclo passa por dentro da nossa
casa e por hábitos que também precisam de transformação.
Uma pequena experiência do cotidiano mostrou isso. Leiam a seguir:
Antes da coleta seletiva no meu bairro, havia um senhor que quase
diariamente passava puxando um carrinho, tocava campainha pra perguntar se
tinha latinhas pra ele levar.
Ele não tinha nem dia, nem hora pra passar e isso não ajudava ele
e nem sempre separávamos as latinhas ou estávamos em casa.
Uma micro-ideia: E se os vizinhos da nossa rua se
organizassem e a gente colocasse as latinhas separadas nas frentes das casas em
determinado horário acordado com ele?
Todos ganhariam com isso e ele teria o meio de sustento dele e,
certamente se cansaria menos.
Com o tempo, isso se ampliou e além de latinhas, caixas de papelão
e plástico também foram separados. Deixamos de descartar uma parte de
reutilizáveis/recicláveis na coleta comum
O senhorzinho melhorou o faturamento e colocou uma terceira
rodinha na parte de trás do carrinho facilitando para puxar e arrumou um
segurança – o cachorro companheiro. Ganhou capa de chuva para dias mais
molhados e sempre tinha um lanchinho.
O tempo passou e a coleta seletiva foi implementada no meu bairro. Não vimos mais o senhorzinho e torcemos para que ele tenha ficado bem e tenha sido beneficiado com essa ação.
Lembrei da fábula do grande Betinho sobre o beija-flor salvando a
floresta do jeito dele. Vale buscar e ler. E vejo que é assim que ganhamos força!